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1 de fevereiro de 2017

31 Devocionais #26 - Dono de todo meu Amor

      Queimando por essa música e por essa aqui também.

   Quando você conhece o Amor de Jesus, o verdadeiro Amor, sua vida é transformada, invariavelmente. Você não é transformado pelos milagres, pelas palavras que escuta, pela esperança de ter uma vida melhor, mas pela revelação do Amor. O Grande Eu Sou é Amor, tudo começa no Amor, tudo termina no Amor. Porque Ele amou o mundo, amou, ama, sempre amará - ainda que não mereçamos, nunca vamos merecer, mas recebemos de Graça.
    
     E, depois de sentir esse Amor, você começa a descobrir mais sobre Ele, e então entende que tinha sido Ele o tempo todo! A brisa que te acalmou num dia quente, o abraço que você não esperava quando queria desaparecer, o refúgio inacreditável no meio da tempestade, a mão que te foi estendida quando tudo era confuso. O sopro de vida que te fez acordar, cada batida do seu coração, o canto dos pássaros que tornam qualquer dia mais bonito. A morte de Cruz que te trouxe vida, e a ressurreição que agora te traz esperança. Sempre foi Ele, tentando chamar sua atenção, tentando te mostrar a grandeza de Seu Coração e de Seu Amor.
    
     E você descobre que Ele é lindo. Ainda que não houvesse transfiguração, se fosse Ele como raiz de terra seca para sempre, não haveria nenhum outro que se comparasse, que fosse mais belo. Você aprende a enxergar Jesus em tudo, aprende a queimar de Amor por Ele o tempo todo, porque o Amor dEle é o melhor do mundo, e caminhar com Ele é a melhor experiência do mundo, e Ele já era, É, e sempre será o que há de mais incrível no mundo tudo junto. É difícil achar palavras quando você está apaixonada pelo Alfa e Ômega, pelo Maravilhoso Conselheiro, pelo Deus Forte, o Pai da Eternidade, o Príncipe da Paz, o Cavaleiro do Cavalo Branco. AquEle que nunca falha. 
    
     Ser apaixonada por Ele é o melhor que eu já vivi. E eu já fui apaixonada por muitos moços, por muitas coisas, já tentei encher meu coração de tantas coisas, e Ele é o único que enche e transborda. Transborda tanto que vaza, que flui, como rios de águas que saem de mim e fazem vida em outros - fazem vida, porque vem dEle, e nEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens. Ele é a minha luz, a luz que brilha em mim, a luz que brilha acima de mim, guiando meu caminho, me aquecendo no frio, me iluminando mais que o Sol, mais que mil sóis. 
    
     Ele é tudo, tudo mesmo, o Dono de todo o meu amor. Nunca vai existir outro que se compare ao meu Amado, e eu sei que meu amor é tão pouco perto do Amor dEle, mas eu quero poder amá-Lo mais, até o dia em que estejamos face a face. Não existe sacrifício, não existe desafio, não existe missão que seja maior ou melhor que Ele, e Ele é o motivo de todo sacrifício, desafio e missão na minha vida. Tudo começa nEle, tudo termina nEle, e eu, perdida por tanto tempo, fui achada nEle também. Eu hoje sou casa de Deus, e Ele é meu Lar. Nunca mais saio daqui.
    
   
     

3 de janeiro de 2017

31 Devocionais #25 - Beleza pra quê??

     Eu escrevo demais. E isso é decorrente do fato de que eu falo demais. Isso faz tão parte da minha identidade, que se reflete na forma como eu lido com o Pai em secreto. Falo muito e faço várias perguntas. Esses dias, fiquei pensando naquela ali em cima - beleza pra quê? Coloquei diante do Pai. 

     Meninas crescem ouvindo sobre beleza, sendo dominadas pela ideia de beleza, e sendo cobradas na beleza quando mal sabem que são meninas ainda. Crescemos todas assim. Competimos umas com as outras, porque o (nosso) mundo é das mais belas, mais jovens. Como resultado, a maioria de nós, independente do que o mundo diga, se sente inadequada. Feia. Rejeitada. Sempre insuficiente. Gorda demais, alta demais, o nariz, os lábios, os olhos. Tudo errado. 
     
     Como cristãs, precisamos entender que fomos desenhadas com Amor pelo Pai. E isso vai além do clichê que ouvimos toda vida. Os funcionalistas da Bauhaus, no século XX, diziam que, no design, a forma seguia a função, e eu amo como isso se aplica à obra do Senhor. Nosso design revela nosso propósito! Nossa personalidade, nosso jeito, nossa vocação, e, nisso tudo, nossa aparência. Ester teve a beleza que a levaria a ser escolhida como esposa do rei. Lia, mesmo tendo sido chamada menos bela que Raquel, sua irmã, foi escolhida e cuidada pelo Senhor, e entrou na linhagem do Messias. Até a Jesus, nosso Salvador, foi reservada uma aparência específica, como nos revela Isaías 53 - modesta diante dos homens, mas que escondia Sua Glória. 
     
     Você tem a aparência exata que convém ao seu destino, à sua identidade. Tenha boa mordomia do corpo que o Senhor te deu, mas não acredite nas mentiras que te contaram sobre ele. Sabemos que o nosso Senhor Deus é perfeito em tudo que faz, e nossas individualidade e diversidade também são manifestação da Glória dEle. Em obediência, podemos encontrar o caminho que nos guia ao cumprimento do nosso chamado - aquele lugar onde todas as peças se encaixam, e entendemos todas as circunstâncias que nos levaram até ali. 
     
     Não estamos competindo umas com as outras para descobrir quem é a mais bela, ou quem chama atenção do melhor moço. Pelo contrário, o Reino de Deus é cooperação! Ao final, entendemos que beleza também é propósito, e cada uma de nós possui um específico - e glórias ao Senhor pela perfeição da Sua obra! Não importa se, comparadas, somos mais ou menos belas - nós apenas somos, pois foi o Pai quem nos criou, e tudo que Ele faz é exato. 
     
     Por último, um apelo: não sejam enganadas pela inimizade do maligno! Sejam amigas umas das outras, sem competitividade, sem ciúmes. O Pai nos ama, todas e cada uma, e não há espaço no Reino para rixas e divisões. O mundo conhecerá que somos do Senhor se tivermos amor umas pelas outras; se o mundo diz que somos inimigas naturais, vamos mostrar a todos que somos uma só no Amor de Jesus. 
        

30 de dezembro de 2016

31 Devocionais #24 - Benção também é Vaidade

     Texto base: Filipenses 3:7-14
     
     Eu sou privilegiada pra caramba. Se fizermos a soma geral da minha vida, mesmo com o quanto sofri com o peso do machismo e dos padrões de beleza, eu ainda tive coisa demais. Nasci numa família bem estruturada, recebi uma ótima educação, fui bem alimentada. Tenho boas roupas à minha disposição, viajo, leio frequentemente, não preciso desesperadamente de um emprego. Moro numa casa confortável, temos dois bons carros. 
     
     É esse o motivo pelo qual eu estou acordada agora (no momento em que escrevo esse texto, são 5:09 da manhã, e eu ainda não dormi). Estava orando e refletindo sobre meu coração. Nos últimos dias, tenho pensado e conversado muito sobre vaidades. Porque é isso que todos esses privilégios são, essencialmente - vaidades mundanas. Seria falta de entendimento demais acreditar que eu mereço qualquer uma dessas coisas (ou que as mereço mais do que aqueles que não as possuem). Tudo que vivi e recebi veio de graça, por Graça. O Pai pode dar mais ou tirar tudo a qualquer momento. 
     
     A essência de compreender tudo que recebemos de Deus é entender que fomos todos chamados segundo um propósito, e que seremos preparados e equipados de acordo com um caminho de cooperação do Senhor com o nosso destino. As circunstâncias da sua vida giram em torno daquilo que Deus deseja pra você, e o objetivo do Pai é te conduzir até onde seu coração se encontre com o dEle, e você viva pra Ele. Isso, claro, é muito fácil de entender quando você é uma menina branca e inteligente de classe média, descobrindo o motivo pelo qual Deus te concedeu aprender inglês tão facilmente. Via de regra, nosso coração não aceita que circunstâncias ruins como morte, dor, pobreza, depressão, fome e violência também possam ser movidas a nosso favor. Por muitos anos, a igreja vendeu uma vida perfeita como o padrão a ser alcançado diante de Deus. A geração dos nossos pais e avós acabou-se no trabalho, crendo que o caminho da benção era prosperidade. Ignorou-se totalmente que fomos chamados para a Morte com Cristo.
     
     E isso não quer dizer que viveremos todos na pobreza material, ou que seremos todos martirizados pelo evangelho. Um coração totalmente entregue ao Senhor viverá de alma e espírito entre o pó e a coroa. Um coração totalmente entregue ao Senhor saberá viver no muito sem se deixar dominar pelos privilégios dessa terra, mas tirando proveito de tudo para a Glória de Deus. Viverá no pó sem questionar a soberania do Pai, descobrindo o Amor e a Graça nos lugares mais inesperados. Falamos de um Pai que sabe nos conceder boas coisas, e se alegra nisso (Mt 7:9-11); que não se agrada de nos ver chorando, mas que nos chama a viver com os olhos na Eternidade, ocupados com o Verdadeiro Tesouro. O melhor que Deus tem pra nos dar não são os carros, casa, presentes, viagens - tudo isso terá um fim. Sua melhor dádiva é a Vida Eterna na Glória.
     
     Tudo nessa vida é vaidade, porque não há ouro daqui que seja digno de comprar o Tesouro do Reino vindouro. Tudo nessa vida é vaidade, porque não há dor daqui que seja maior que o Poder daquEle que sara as feridas. Tudo nessa vida é vaidade, porque não há sofrimento daqui que não possa produzir um peso de Glória que ecoará pela Eternidade. No fim das contas, essa vida é uma forma imperfeita e fulgaz de alcançarmos algo perfeito e Eterno. E, se estou caminhando em direção a isso, não existe motivo pra encher meu coração daquilo que vai passar. 
   

28 de dezembro de 2016

31 Devocionais #23 - Sobre ser Trouxa

     
   Por definição, o "trouxa" é a pessoa facilmente enganável pela esperança de bondade e reciprocidade na natureza humana. Fazemos papel de trouxa quando repetidamente dedicamos amor, atenção e cuidado crendo numa reciprocidade inexistente, ou esperando uma resposta que nunca virá. Não sei vocês, mas eu já fiz muito papel de trouxa. Tanto papel, que dava pra imprimir a Bíblia neles.
    
     Mas, falando na Bíblia, estive pensando esses dias sobre ser trouxa diante do Senhor. Como cristãos, nós aprendemos que não existe bondade inerente à humanidade. Somos naturalmente maus, e ingratos. Mas, em Jesus, contemplamos uma promessa de Amor que transcende a natureza humana. Somos todos chamados a ser "trouxas" em Cristo, diante dos homens, fazendo pelos outros sempre mais do que eles podem pagar, retribuir ou entender. Não como quem se desgasta pela própria consciência ou pelas próprias expectativas, mas como quem entende que o Senhor é uma fonte inesgotável de Amor da qual somos convidados a beber. 
    
     Em suma, sou trouxa, e vou continuar sendo, em nome do Pai. Vou continuar falando e fazendo por outros mais do que eles talvez mereçam, aos meus olhos, ou de outros. E apenas porque, antes de tudo, recebi eu do Amor maior do mundo, mesmo não merecendo, e ele pesa sobre mim como mandamento.
 

25 de dezembro de 2016

31 Devocionais #22 - Sobre Jesus e Identidade, no Natal

 
O Natal é lindo na Alemanha.

     Minha avó materna está internada há alguns dias, então esse ano não tivemos celebração de Natal. A viagem de 12 dias foi cortada no 2º, todo mundo se reorganizou pra estar aqui e vê-la, cuidar como podiam. Ainda não sabemos se ela passa dessa temporada festiva. Muitas horas na recepção do hospital, ou sozinha em casa, pensando na vida e na morte. Fui tirar um tempo pra ler os evangelhos. Queria pensar em Jesus.
    
     No meu coração eu sempre comemoro Natal e Páscoa meio que do mesmo jeito. Acho impossível falar do nascimento de Jesus sem pensar na morte dEle e vice-versa. E pensar em tudo que Jesus É e fez me levou a refletir sobre Sua identidade.
    
     A passagem do menino Jesus no templo (Lucas 2:41-52) mostra que Ele já bem sabia quem era, aos 12 anos. Aliás, desde quando, será? Talvez desde os 10? 8? Uma criança, crescendo sabendo que caminhava para a morte, a morte mais importante da humanidade. Não vamos todos morrer? Mas Ele sabia o dia, a hora. Ele conhecia o cálice do qual teria que tomar, a missão que teria que cumprir. E não havia nEle medo, porque o perfeito Amor lança fora todo medo, e Ele mesmo É o Amor. Viveu uma vida impecável. Em tudo foi tentado, porém sem pecar. Amou a todos, mesmo conhecendo os corações e discernindo os pensamentos. Foi manso e humilde, mesmo sendo Ele o Verbo por cujo intermédio todas as coisas foram feitas.
    
     "NEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela." (Jo 1:4-5). Jesus viveu intensamente a vida que Lhe foi proposta, e viveu plenamente quem Ele era. Seu propósito era mudar toda a história da humanidade, e estabelecer o padrão pelo qual havíamos de viver. A pessoa mais importante de todas foi chamado por Isaías de "O Servo do Senhor". Qual é a sua identidade, mesmo?
    
     É muito fácil esquecer quem você realmente é diante da grandeza de quem É Jesus - o Amor dEle ora nos exalta, ora nos constrange. Ficamos divididos entre sermos chamados para fazer obras maiores que a dEle, mas sabendo que buscaremos pra sempre ser como Ele, e nunca conseguiremos. Envergonhamo-nos quando Ele ama as coisas que mais odiamos em nós. Somos realeza e co-herdeiros com Ele, através da Sua morte de Cruz. 
     
     A intensidade das minhas emoções faz com que minha alma fique permanentemente grudada à multidão de Sentimentos dEle por mim. Chamamos de carrossel porque subimos e descemos o tempo todo, mas o espírito busca constância. É no mais interno que fica a resposta pras nossas ansiedades e desesperos, porque a alma só se cala ante um espírito que fale mais alto. Não há 1 só dia em que meu coração não clame desesperado e procure em si algum motivo para estar aqui - mas o motivo não está em mim, está nEle.
    
     NEle vivemos, nos movemos, e existimos, porque tudo de bom que encontramos em nós é dEle, por Ele e para Ele. Por amor dEle, e com Ele, enfrentamos a morte todos os dias, para que achemos vida em abundância. Não existe nada que possa me convencer nesse mundo de que sou digna de amor, quer de Jesus, quer dos homens, mas o Amor dEle já está selado. E eu selo o meu Amor dedicando tudo que eu fizer ao Seu Nome. Ele tem meu coração, e toda a minha afeição. Toda a minha confiança. E, se algo pode me motivar a continuar, é a certeza de que eu também sou fruto do Seu trabalho, e, em mim, Ele se alegrará.
     

22 de dezembro de 2016

31 Devocionais #21 - A Morte é Lucro


     A fé cristã nasce a partir da morte. Jesus seria apenas mais um profeta, não tivesse morrido e ressurgido dentro os mortos. A morte e a promessa de vida. Não apenas a vida que respira, que se move pela terra, mas que perdura pela Eternidade, de volta pra casa, ao lado do Pai, através do Cristo.
     
     Os primeiros cristãos, testemunhas da vida, morte e ressurreição de Jesus, entendiam que haviam sido chamados para com Ele morrer e então viver eternamente. Mas não como quem teme a morte e sonha com fartura de dias, mas como quem não teme aqueles que podem apenas ferir seu corpo, e não seu espírito. Todos os apóstolos escolhidos de Jesus foram martirizados pelo evangelho - não por correrem atrás da morte do corpo, mas pelo Amor escandaloso por Jesus, e a disposição de ir até os confins da Terra para cumprir a carreira proposta diante deles. 
     
     Paulo estabelece o patamar de vida que devemos buscar quando diz em Filipenses 1:21 que o viver é Cristo, e a morte é lucro. Se você é cristão e tem medo de morrer, você ainda não entendeu a fé que proclama, você ainda não entendeu a promessa da Vida Eterna. Tudo é vaidade - nada é indispensável, e o Senhor ainda provê tudo por amor a nós. Não há motivo para ansiedade, nem medo. Nosso viver foi entregue à Ele e toda vez que respiramos, respiramos por Amor àquEle que primeiro nos amou. 
     
     Nem todos são chamados para ser mártires pelo Senhor; vários viveram, e viverão, fartura de dias caminhando sobre a Terra com o Espírito Santo. O coração de todos, no entanto, é chamado para as mesmas convicções; viva 20 ou 80 anos com a certeza de que aquEle que te salvou foi Senhor de todos.
     
     Por Amor dEle, já matamos nossa própria carne, nossa própria vontade, todos os dias. Não existe coisa, não existe dinheiro, presente, pessoa ou sentimento mais importante que a certeza de que nosso Pai nos ama, e nos chamou para ir ao mundo, levando Seu Fogo em nosso peito. Não ame sua vida, ame viver pra Cristo. A Alegria dEle é a sua força, e a Vida Eterna é a recompensa que Ele prepara para aqueles que forem fiéis até o fim dos seus dias. 
     
     "mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus." Atos 20:24
    

21 de dezembro de 2016

31 Devocionais #20 - Ainda sobre a Cruz

     Ah, a Cruz, grande símbolo da nossa fé em Jesus. O ato que é o princípio, meio e fim da carreira que buscamos concluir. O Peso e a Leveza do maior ato de Amor da história.
    
     Durante a Guerra Fria, o governo comunista da Alemanha Oriental ergueu uma grande torre de televisão em Berlim, para mostrar o poder e a grandeza da revolução sobre o capitalismo. A estrutura, de 365 metros de altura, foi desenhada para lembrar um foguete na base e no topo uma esfera similar ao satélite Sputnik 1, lançado no espaço pela União Soviética em 1957.
    
     Os regimes socialistas/comunistas possuem ideologias fortemente contrárias à religião, principalmente devido às muitas formas como foram usadas como instrumento de controle das massas contra o sentimento revolucionário. A torre foi inaugurada em 1969, logo após uma sanção do governo do Leste ordenar que as igrejas em seu território retirassem as cruzes erguidas sobre seus telhados. Para a surpresa de todos, quando os raios de luz solar iluminaram pela primeira vez a esfera no topo da torre, a difusão da luz sobre os painéis metálicos fez com que o reflexo lembrasse claramente uma Cruz. 
    
A situação real da torre sob a luz do Sol.
     O episódio ficou conhecido como "A Vingança do Papa" e, apesar das várias tentativas de apagar o erro, o estrago já estava feito. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, e a tal continua lá, até mais alta que antes (368 metros agora) e com uma Cruz permanecendo brilhando todos os dias sobre Berlim. Não dá nem pra dizer que Jesus não é um cara bem-humorado.

20 de dezembro de 2016

31 Devocionais #19 - Precisamos pensar mais na Cruz

     Texto publicado ontem no meu Instagram. Fez sentido hoje o dia todo. 
     
     Jesus disse que toda a Lei e os profetas dependiam de dois mandamentos - amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos. Um pouco antes de morrer, no entanto, Ele mexe um pouco nas regras do jogo, e aumenta o nível - o novo mandamento era que nos amássemos como Ele nos amou. 
     
     A recomendação de não andar ansioso por coisa alguma cai bem quando tentamos contemplar a grandeza de quem Deus É. Seu Tempo, Seu Poder, Seu Domínio, Seu Trono, Sua Graça, Sua Misericórdia, Seu Amor, Sua Vontade. Quantas coisas permitiu Deus que o homem fizesse, e como nenhuma delas consegue expressar com exatidão a altura e a profundidade do Senhor.
    
     Acho que é por isso que as pessoas enlouquecem. O peso da Eternidade foi escrito em nós, mas este corpo é muito limitado pra contê-lo e entendê-lo. Sem um abraço de Amor do Pai pra dar liga à mistura de pensamentos e sentimentos que povoam a mente de um filho qualquer, o sentido da Vida se esvazia. 
     
     Podemos imaginar que seja essa a razão pela qual Ele escolheu a Cruz como símbolo da nossa fé e do Amor dEle por nós. A estrutura mais simples e óbvia que duas peças podem formar. Tudo é simples no Senhor, no lugar em que Ele nos esconde, nos protege, nos consola. Lança fora todo o medo. Amamos como Ele nos amou porque não existem motivos ou questionamentos, apenas o amar em obediência. 
     
     Todas as minhas ansiedades e preocupações se esvaziam na Cruz, porque o fundamento da fé é simples demais pra que eu deixe minha mente complicar. Tudo que existe em Deus depende do Amor, porque, sem Amor, nada que existe em Deus faz sentido.
    

9 de dezembro de 2016

31 Devocionais #18 - Pra onde eu irei? (sobre o primeiro Amor)

    
     Um dos grandes desafios na vida cristã é a constante volta ao primeiro Amor, aquilo de que o Senhor fala na carta à igreja de Éfeso, em Apocalipse 2. Primeiro Amor fala daquele momento em que você acabou de se apaixonar, e toda a sua vida gira em torno de quem você ama - seu primeiro e último pensamento, o objeto dos seus sonhos, planos, conversas. 

     Muitas pessoas lutam para permanecer no primeiro Amor porque a vida cristã comprometida vem com responsabilidades - discípulos, ministério, eventos, horário, despesas. Com o tempo, essas responsabilidades se tornam o centro da vida, e ocupam o lugar de Jesus - a Pessoa pela qual tudo isso, em teoria, deveria estar sendo feito.
     
     Existem várias maneiras de manter o fogo do primeiro Amor sempre aceso no coração. Algumas pessoas mantém uma disciplina espiritual rígida, e eu acredito muito na importância de garantir que Jesus seja parte real, natural e dominante da nossa rotina. Mas minha estratégia favorita é manter um espírito de constante contemplação diante do Senhor.

     Contemplação fala quase de uma posição de terceira pessoa na história, vivendo e ao mesmo tempo observando tudo que você tem vivido. Uma pessoa capaz de não perder essa visão de "pássaro", enxergando o conjunto, não consegue desviar seu coração do Real Operador dos milagres e da salvação. Muito tempo depois de você ter sido regastado pela primeira vez, seus olhos e coração precisam continuar exatamente onde e como estavam naquele primeiro dia, pra que você, olhando pra tudo que ocorrer na sua vida, não se esqueça de onde você veio. 

     Assim, seu coração nunca vai se esquecer de que, onde quer que você vá, sua vida anda em círculos em torno de Jesus. Não há mais para onde ir, pois só Ele tem as Palavras de Vida Eterna.
    

7 de dezembro de 2016

31 Devocionais #17 - Não se acomode!

     Texto base: Apocalipse 3:14-17
    
     Uma das buscas mais naturais do ser humano é por comodidade. Escolhemos naturalmente as coisas que nos trazem menor desafio, menos esforço, menor custo. A famosa "zona de conforto" traduz justamente esse ponto que alcançamos na vida em que a situação atingiu um equilíbrio que nos libera da responsabilidade do trabalho duro que fizemos para chegar até ali.
    
     Se você é cristão, lamento ser quem te informa que não existe zona de conforto. Não existe momento algum em que você terá recebido o suficiente do Senhor. Se você está satisfeito com o que já recebeu até agora de Jesus (satisfeito como quem não acha que precise de mais), lembre-se do que disse o Pai na carta à igreja de Laodicéia (Ap 3:15-17) -
    
     "Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu."
    
     Você pode ter recebido muito da presença de Deus, e pode ter mais que muitas pessoas, mas ainda é pouco perto do que o Senhor tem pra sua vida. A grandeza do nosso Pai é incomensurável, e é do interesse dEle nos encher continuamente, para que possamos nos tornar cada vez mais parecidos com Ele, e para que possamos ser um canal de bênçãos que possa impactar a vida de outros que ainda estão perdidos pelo caminho.
    
     E isso vai além do que podemos fazer em nosso curto tempo de vida. Em Filipenses 1:6, Paulo diz que a boa obra iniciada em nossa vida só será completada no dia de Jesus Cristo - vai além do dia da sua morte, a boa obra na sua vida também engloba seu legado, sua arca continua a se encher ainda que você já tenha partido.
    
     Não se acomode na sua busca com Deus. Não se esqueça do que Ele já fez por você, mas não perca dimensão do que Ele ainda pode fazer. Não se acomode na sua vida mundana, nos seus sonhos mudanos, mas tenha a ousadia de se entregar mais todos os dias diante do Senhor, porque Ele promete Se achegar àqueles que se achegam à Ele.
  

24 de novembro de 2016

31 Devocionais #16 - A Suficiência

    
     Assim como vários outros jovens nascidos e criados na igreja, eu demorei muito tempo pra tomar uma posição definitiva com Deus. Eu cresci convivendo com uma luta constante no meu coração entre o desejo de estar aos pés do Senhor e a curiosidade pelas coisas seculares, que sempre pareceram tão mais atraentes e interessantes. 
    
     Por muitos anos, eu imaginei como seria caminhar com Jesus, e ser ensinada diretamente por Ele, em carne e osso, como aqueles em seu tempo, especialmente seus discípulos e amigos mais chegados, puderam fazer. Por muitos anos, eu achei que isso faria diferença no meu caminhar com Ele. A Verdade é que Jesus vive em mim - e tem vivido, ou pelo menos estado muito próximo, desde meus 6 anos, quando eu conscientemente o convidei para ser meu Senhor e Salvador, num acampamento de crianças. Ele vive em mim, caminha comigo, fala ao meu coração, e tem demonstrado seu Amor o tempo todo - mesmo enquanto eu tentava inutilmente fugir dEle e me esconder dos Seus olhos. A diferença entre eu aos 18 e aos 21 é a revelação de que Ele é suficiente. 
    
     Em João 14:8, Filipe, um dos discípulos, pede que Jesus lhes mostre o Pai. Àquela altura, já se aproximava o momento em que Ele seria entregue para ser crucificado - ou seja, seus 3 anos de ministério já se encerravam. E, ainda assim, os discípulos não conseguiam entender o que Ele havia dito um pouco antes, em João 14:6 - Ele É o Único Caminho para o Pai. Através de Jesus, chegamos ao Pai, recebemos o Espírito Santo, e somos feitos filhos de Deus e herdeiros com Ele do Reino vindouro. Não são necessárias riquezas, diplomas, seguidores no Twitter, likes no Instagram, nem os montes de livros que li buscando algo que trouxesse satisfação. 
    
     Em nenhum outro nome há Salvação, Amor, refrigério, ou Paz, além do nome de Jesus. Se te parece difícil hoje tomar uma posição diante do Senhor, entenda que nada do que você abra mão te será como um sacrifício quando você abrir seu coração verdadeiramente para que Ele te preencha profundamente. Não há nenhum vão profundo demais que Ele não possa fazer transbordar. Jesus nos leva ao nosso Pai, nosso Verdadeiro Pai; Jesus nos leva de volta pra casa. E, afinal, Filipe estava certo: isso nos basta.
    

21 de novembro de 2016

31 Devocionais #15 - Multiplicação

    
     Deus é um Deus de impossíveis, de milagres! E Ele nos mostra, ao longo da história, que um de Seus milagres favoritos é o da multiplicação. Ele não apenas multiplicou os pães (2 vezes!), mas têm multiplicado tudo ao nosso redor desde muito tempo.
    
     O Senhor multiplica as coisas em quantidade - como Ele prometeu à Abraão que faria com sua descendência (Gn 15:5). Ele multiplica nosso conhecimento, nossas armas, multiplica nosso pão, nossas bênçãos, multiplica nossa fé, e toda Glória é dEle! Jesus multiplicou a pesca de Pedro, Tiago e João, multiplicou o azeite e a farinha da viúva que alimentou Eliseu. Multiplicou a igreja a partir dos Seus 12 discípulos. Na história de Gideão (Jz 6 e 7), porém, o Senhor deixa claro que, mais do que quantidades, Ele é interessado em multiplicar em qualidade.
    
     Quando os midianitas se levantaram contra Israel, Gideão encontrou 32 mil homens que lutariam contra os 135 mil do exército inimigo. Interessava ao Senhor libertar Israel da opressão dos midianitas; porém, interessava à Ele que os israelitas soubessem que seu Deus era com eles e que Ele os havia livrado da derrota, então Ele reduziu os 32 mil homens à 300. O Senhor reduziu o exército ao grupo de homens mais corajosos, para que tivesse o melhor do grupo em Suas mãos, e total liberdade para operar um grande milagre de multiplicação de possibilidades naquela batalha.
    
     O Senhor promete que multiplicará o pão, mas nem sempre promete que multiplicará os nossos exércitos. Na Cruz, nós temos uma eterna promessa de vitória. Se parece que suas forças e seus homens têm se minguado, saiba que Ele não é homem para que minta - se Ele não multiplicar seus números, Ele multiplica suas chances de entrar em chamas com o menor resquício de fagulha que restar.
    

16 de novembro de 2016

31 Devocionais #14 - Quem é bom?

    
     A falta de entendimento do que é o Evangelho criou uma geração de pessoas que acredita em céu e inferno como o lugar em que se separam os "bons" dos "maus", de acordo com as obras praticadas por cada um. E percebemos como, até na crendice popular, temos isso enraizado: "fulano vai direto pro céu por fazer tal coisa". 
    
     Apesar de Jesus constantemente afirmar a importância de que um cristão pratique boas obras, o fato de uma pessoa praticar boas obras não significa que ela terá salvação. A bondade no coração não é uma qualidade exclusiva daqueles que são feitos filhos de Deus, e a bondade sozinha não torna ninguém filho de Deus. Jesus é bem claro, num dos versículos mais conhecidos da Bíblia, "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vem ao Pai, a não ser por mim". Jesus é o único Caminho que nos leva ao Pai, ao Reino vindouro, à vida eterna.
    
     Quando o jovem rico vai até Jesus, em Mateus 19:16, ele pergunta ao Senhor "que bem faria para herdar a vida eterna". Jesus lhe fala sobre observar o cumprimento dos mandamentos, e ele diz que a todos tem obedecido. O Mestre lhe diz que faltaria que ele vendesse todos os seus bens, e, depois de distribuir seu dinheiro aos pobres, O seguisse. Muito além da crítica ao amor ao dinheiro, este texto nos revela que não é possível alcançar a Salvação sem que haja entrega. 
    
     Você não compra a salvação com boas obras, caridade, nem com suas boas atitudes, ou gerando créditos de gentileza. A vida eterna é um dom gratuito de Deus, através de Jesus Cristo (Rm 6:23). Ele é o único, novo e vivo Caminho, uma ponte inquebrável que leva até o Pai. E daí então importa que, quem passar por ela, viva de acordo.
    

14 de novembro de 2016

31 Devocionais #13 - "Eu me coloco em chamas"

     
     Nosso Deus é o Criador dos Céus e Terra. É Ele também o Arquiteto do Universo, e o Designer dos nossos destinos. Em toda Sua criatividade, o Senhor nos mostra que, a cada pessoa, tem reservado uma história diferente, única, mas carregada de Seu Amor, Graça e Misericórdia. Dito isto, nós não podemos cair na armadilha de almejar nos tornar outras pessoas, mas podemos nos beneficiar de querer ser como outros eram em Deus.
    
     Para além dos personagens bíblicos, a história está cheia de homens de grande fé e intimidade que muito nos ensinam sobre o caráter de Cristo, que todos tanto almejamos. Hoje, eu me volto para a vida de John Wesley. Criado em uma família Anglicana, evangelizado desde muito jovem, a busca pelo Senhor foi o centro de todos os 87 anos de sua vida. Aos 35 anos, depois de anos de dedicação, ele finalmente recebe o Amor e seu entendimento se abre para a maior verdade de todas - Jesus salva, cura e liberta.
    
     Seu legado envolve milhares de sermões pregados, centenas de livros escritos, compilados, traduzidos, editados. Milhares de quilômetros percorridos a cavalo. 30 mil libras doadas à caridade. Um ministério de Amor, Fogo e Misericórdia. Métodos de Ensino, Doutrinas, e uma igreja que hoje some mais de 75 milhões de membros. Contam que deixou como patrimônio duas colheres, uma chaleira e um casaco velho. Acumulou tesouros no Reino que não é desta Terra.
    
     A história que Deus escreveu para John Wesley não é a mesma que a minha ou que a sua, mas a essência de sua vida deve ser a mesma. Nascidos para viver pelo Reino que há de vir. Chamados para fora de templos e das prisões da alma. Servos do Senhor, e não das coisas. Em seu leito de morte, prestes a ser tomado pelo Pai, declara "O melhor de tudo é que Deus está conosco!". E que isto nos baste.  
    
    
     "Eu me coloco em chamas, e o povo vem para me ver queimar" - John Wesley (respondendo à pergunta de como ele atraía as multidões)
      
     "Eu considero todo o mundo como a minha paróquia; em qualquer parte que eu esteja, eu considero que é certo, correto e o meu sagrado dever declarar a todos que estejam dispostos a ouvir, as boas novas da salvação." - John Wesley
      
     "Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo." - John Wesley
    
   

12 de novembro de 2016

31 Devocionais #12 - Maior por dentro

     Texto base: 1 Samuel 16:7
     
     Quando Samuel foi enviado para ungir entre os filhos de Jessé um novo Rei para Israel, seus olhos lhe indicaram prontamente Eliabe, o mais velho, guerreiro no exército de Saul. O Senhor imediatamente censurou sua atitude: "Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração". Quando Ló foi feito prisioneiro de guerra, os 318 homens de Abraão prevaleceram sobre os 9 exércitos da guerra de 4 reis contra 5 (Gn 14). 
     
     Ao longo destas e de várias outras histórias relatadas na Bíblia, o Senhor nos ensina que, enquanto homens, não somos aptos para discernir a verdade usando nossos olhos. Somos limitados demais para contemplar a grandeza do Deus do Impossível. Porém, não é só pela graça do milagre da improbabilidade que Senhor se move grandemente naquilo e naqueles que parecem ser os menores. 
     
     A história de Sansão nos mostra um homem chamado por Deus para ser grande sobre a terra, e como seu coração se deixou encher pela grandeza que alcançou. Deus escolheu se revelar aos pequenos e humildes deste mundo pois Seu Poder não pode encher quem já esteja cheio de si. Se você quer ir o quão mais longe que Deus possa te levar, você precisa se esvaziar de si e do seu eu. Este é o mistério da presença do Espírito Santo - Ele habita em nós, mas é maior dentro dos corações dos menores. Be bigger on the inside. 
     
      
      

11 de novembro de 2016

31 Devocionais #11 - Eu falhei

    
     Eu falhei.
     
     Este é o texto nº 11 desta série de devocionais, mas, postado neste dia, deveria ser o nº 12. Isto porque, ontem, minha desorganização e o cansaço me venceram e eu definitivamente não consegui cumprir com meu propósito. Perdi um dia, e nem consegui me levantar de madrugada pra tentar fazer a todo custo. Falhei.
     
     Parece pouca coisa pra quem vê de fora - ainda que possamos falar de qualquer coisa ligada à compromisso, seriedade, desafiar-se, etc. Acontece que o mais importante não é o compromisso que eu tenho comigo mesma - por mais bobo que isso pareça, estes textos são um propósito feito e selado diante do Senhor. Em Mateus 5:37, nos ensinamentos do Sermão da Montanha, Jesus diz que a Palavra de um cristão deve ser fiel em si mesma - nosso "sim" deve ser "sim", e nosso "não" deve ser "não". Isso demonstra não apenas um compromisso com a verdade e a honestidade, mas o peso e a importância de tudo aquilo que dizemos, tanto diante dos homens, ainda mais diante de Deus.
     
     Estes textos são um propósito de louvor e dedicação a Deus, mas, como discutido nos dias anteriores, tudo que nós fazemos deve ter um propósito de louvor e dedicação a Deus. Até as menores coisas. Mas, apesar do peso que a falha traga sobre meu coração, a Bíblia nos conta que nós temos Graça ao nosso alcance, e um Sumo-Sacerdote que não só é capaz de compadecer-Se das nossas dificuldades, mas que nos mostra com Seu exemplo que é possível ser plenamente Fiel. Ontem, eu falhei, mas hoje eu me levanto e continuo.
     
     "Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo? Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo." Salmos 116:12-14
        
     
      

9 de novembro de 2016

31 Devocionais #10 - Façam tudo para a Glória de Deus

     Texto Base: 1 Coríntios 10:31
     
     Um dos princípios mais importantes na vida cristã é o entendimento da grandeza de Deus diante da nossa humanidade. O ser humano é o centro do Amor do Pai, mas não somos o centro do Universo. Somos feitos à imagem e semelhança de Deus, mas não somos como pequenos deuses. Não somos dignos de Glória alguma, pois não podemos nos salvar sozinhos - não podemos sequer mudar a cor de um fio de cabelo da nossa cabeça (Mt 5:36).
     
     Sendo assim, toda a Glória é do Senhor. Qualquer Glória que nós possamos receber na nossa vida, é do Senhor, porque não temos poder algum sem Ele - Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (João 15:5). Seus dons, sua capacidade de crescer naquilo no qual você se esforça, tudo que você alcança - e o que não alcança - , tudo vem de Deus, e nos foi dado para que nosso propósito em Terra fosse cumprido.
     
     Quando Paulo diz, em 1Co 10:31, que "quer comamos, quer bebamos, façamos tudo para a Glória de Deus", Ele diz que tudo - tudo, t-u-d-o - que nós fazemos na vida deve ter como objetivo glorificar o nome do Senhor. Isso não vai fazer o mínimo sentido pra você se você ainda não tiver entendido quem você é e qual seu propósito. "Tudo que tem vida louve o Senhor!", canta o salmista no Salmo 150.
     
     Alimente-se tendo consciência de que seu corpo é templo do Espírito Santo, e agradecendo as mãos que plantaram, cultivaram, compraram e prepararam o alimento. Trabalhe e estude de todo o seu coração (Cl 3:23), sabendo que o Senhor não te leva aonde Ele não vai, e não te coloca onde Ele não vai estar com você. Faça tudo com excelência, e, se seu nome for honrado, não se esqueça de honrar e glorificar o Nome daqueEle que Era e É em você.
     
     
     

31 Devocionais #9 - Amadurecer e Crescer

    
     A Bíblia é um livro atemporal, e grande parte dessa atemporalidade vem da facilidade com que o texto dialoga com pessoas de várias idades e diferentes contextos. Uma das principais ferramentas utilizadas para isso são metáforas, especialmente aplicadas sobre os grandes princípios, para que sua compreensão ultrapasse as gerações. No entanto, muitas vezes alguns exemplos parecem se chocar um contra o outro, e o papel do Espírito Santo é ser Aquele que nos dá a interpretação da Palavra.
     
     Em Mateus 18:1-4, Jesus diz que devemos receber o Reino dos Céus como uma criança. Porém, em 1 Coríntios 13:11, Paulo diz que devemos crescer e abandonar as coisas de menino. Apesar de aparentemente contrários, os dois versos são na verdade complementares - o Senhor quer nos ensinar a importância de amadurecer na fé e nas atitudes, mas nunca crescer.
     
     Importa que nós recebamos o Senhor e Sua Palavra com a humildade de uma criança, que nada sabe, e aprende tudo com seu Pai, mas cujo aprendizado constante permite que ela possa aprender coisas cada vez mais complexas e profundas. Importa que, depois que aprendamos a andar, não mais engatinhemos. Importa que, depois que aprendamos a mastigar alimentos sólidos, não mais busquemos papinhas. Importa que haja progresso. Importa que nossos olhos, nossa mente e nosso espírito estejam em sintonia e desenvolvam discernimento. Importa que haja amadurecimento.
     
     Porém, uma criança não adquire suas liberdades apenas no amadurecer, pois importa também seu crescer. E, no Reino dos Céus, não devemos jamais crescer, e alcançar independência do Pai. Importa que, mesmo que saibamos mastigar alimentos sólidos, ainda precisemos ser alimentados por Ele. Importa que, mesmo que saibamos andar, ainda seguremos nas mãos dEle. Importa que haja vulnerabilidade, para que nunca saiamos para a guerra sem que o Pai vá conosco. Importa que haja dependência.
     
     Importa-nos que possamos sempre amadurecer em nossa caminhada com o Senhor, mas nunca crescer o bastante para que acreditemos que podemos continuar caminhando sem Ele. Ele é o próprio Caminho.
     
    
     

7 de novembro de 2016

31 Devocionais #8 - Mãos limpas, coração puro


     Em Salmos 24:3-4, o salmista canta que só tem acesso ao mais íntimo da presença de Deus aquele que tem mãos limpas e coração puro. Todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus, mas aquele que reconhece seu status de pecador e é lavado pelo sangue de Jesus, se tornando participante com Ele da Cruz e de Sua vitória, pode trilhar com segurança o caminho que leva até o mais íntimo do coração do Pai.

     Na lei Mosaica, havia alimentos considerados puros e impuros, e seu consumo era um dos reguladores daqueles que estariam limpos ou não para tomar parte nas cerimônias. Em Marcos 7:18-23, Jesus derruba este preceito, e explica que mais importa o que sai da boca do homem do que aquilo que entra. Desta forma, a verdadeira impureza deixa de ser meramente física - aquilo que mais precisa ser limpo é o nosso coração.

     Provérbios 4:23 já denunciava a importância do coração. "Dele procedem as fontes da vida", ou seja, do seu coração procedem as fontes da sua vida. Os pensamentos, atitudes e ideias que desenham o desenrolar do seu destino vem do seu coração, tanto para o bem quanto para o mal - em Jeremias 17:9, ele é chamado enganoso. Mas, se aquilo que não nos alimenta pela boca não define nossa pureza, aquilo que nos alimenta com os olhos e ouvidos sim, pois são as portas de entrada para que nossa mente e nossa alma sejam cheias.

     Em 1 Coríntios 6:12, Paulo revela um detalhe chave para nossa conduta diária enquanto Filhos do Reino - todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas convém, e nenhuma deve nos dominar, porque a vida vai muito além do que é pecado e do que não é. Nossa vida deve ser baseada em amar e agradar ao Senhor, sobre todas as coisas. Se você deseja que seu coração seja um domínio do Reino dos Céus, você deve alimentar seu coração das coisas do Reino, e, com sabedoria, remover da sua vida tudo que lhe seja pedra de tropeço. Nem todas as coisas que estão no mundo vão te tornar impuro, mas, caso alguma o faça, seu desejo de estar perto ao Senhor e ter livre acesso ao Pai deve ser maior que seu amor pela coisa mundana. 

31 Devocionais #7 - Deus e a (sua) dor

    
     Davi, chamado na Bíblia de homem segundo o coração de Deus, assim o era não por ser santo e   perfeito, mas por ter um coração que se arrependia de seus pecados e se quebrantava aos pés do Senhor. Mesmo assim, a Bíblia nos conta de uma das maiores tragédias em sua história, quando desejou a mulher de outro e, tomando-a para si, ordenou que o marido fosse morto. A Bíblia conta que foram 16 meses até que o Senhor o confrontasse, através do profeta Natã (2Sm 12:1-14). Segundo a lei Mosaica, o homem que adulterasse deveria ser morto; o Senhor, no entanto, teve misericórdia dele, não trazendo morte sobre sua vida. Porém, Davi não poderia escapar das consequências de seu pecado ocultado, e um dos pesos que recai sobre si é a morte da criança recém-nascida que o adultério havia gerado em Bate-Seba.
     
     O texto em 2Sm 12:15-23 nos conta que, ao saber que a criança morreria, Davi lançou-se em jejum e oração intensos, buscando alcançar misericórdia. No entanto, a Palavra já estava lançada, e a criança faleceu. Para a surpresa de seus servos, ao saber que a tragédia que tanto havia tentado evitar havia se sucedido, ele abandonou sua posição de humilhação, e, restaurado, foi até o templo e louvou ao Senhor. O Todah, o sacrifício/louvor de agradecimento, oferecido no Velho Testamento (Lv 7:12; Sl 56:12) se manifesta em sua maior e melhor forma quando as circunstâncias são desfavoráveis ao nosso coração, mas escolhemos agradecer à Deus por Sua soberania. Davi estava ciente de que o fato de que Deus não havia atendido àquela sua petição, mesmo diante de seu jejum e oração, não diminuíam o poder e o domínio do Senhor.
    
     O Pai ainda é maior que nossas dores e frustrações, e o coração aflito deve se achegar a Ele com confiança e fé. O mesmo Deus que era com Davi na aflição, é com você hoje. O mesmo Deus que derramou Graça sobre Davi e Bate-Seba, os abençoando com Salomão, derrama Graça sobre você hoje. Crendo que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam, seguimos em frente, guardando a fé. O Senhor habita em meio aos louvores, e Ele habitará em meio às suas tribulações se você Lhe der acesso à elas. E Ele também será Aquele que te conduzirá à vitória por vir.