10 de fevereiro de 2012

Rebeca




Hoje, no dia 10 de Fevereiro de 2012, às 09h50, a coisa mais linda que esse mundo possuía foi embora. Ela tinha 11 anos, pelos brancos e cinza, uma orelha sempre abaixada e outro sempre em pé, e a personalidade canina mais indescritível do mundo. Eu a chamava de Branca, Feia, Linda, Chatinha, mas na certidão o nome dela era Rebeca. Rebeca Bubka von Heidden. Ela chegou à nossa vida em Julho de 2001, aos seis meses de idade. Eu tinha medo de cachorros, e ela nunca deixou que eu a pegasse no colo, mas foi com ela que eu aprendi a amar os cães e entendi o valor de oferecer nosso amor sem esperar nada em troca. Porque era isso que ela fazia todos os dias, quando nós a repreendíamos por ter feito xixi fora do jornal, ou por ter comido a ração da Brigitte. Ela sempre estava disposta a abanar seu rabinho, vir correndo e colocar o focinho embaixo das nossas mãos, pedindo carinho. Vê-la partir em meus braços, depois de tanto tempo assim, foi a coisa mais difícil que já me aconteceu, nesses quase 17 anos de vida. Mesmo sendo bom saber que ela não vai mais sofrer com as dores, nem vai precisar mais ficar noites internada, aquela dor de ir embora, deixando-a pra trás, sem poder vê-la subir as escadas com a dificuldade de quem já ficava velhinha, ou ver como a filhotinha dela fazia festa com a chegada dela, é algo difícil de explicar. Mas eu tenho certeza que ela deve estar linda, lá no céu, do jeitinho que eu me lembro, brincando nas ruas de ouro, com os vários outros cachorros lindos que esse mundo já conheceu. Porque o Senhor cuida com carinho de cada uma das criaturas que Ele traz à Terra. Ela sabia como eu a amava, e eu sei que nunca vou esquecê-la. Vai ser difícil, muito difícil, não chorar quando a Brigitte estiver sofrendo com a falta dela, ou quando minha mãe falar como sente a falta dela, ou quando qualquer foto ou lembrança aparecer na minha mente, mas eu preciso seguir em frente. Ela me amava. Se pudesse falar, tenho certeza que era isso que a Rebeca gostaria; E, um dia, eu também estarei correndo naquelas ruas, ao lado dela.