Eu tenho medo. Medo, só. Medo de mudar demais, medo de mudar de menos; medo de agradar, medo de desagradar; medo de ser igual, medo de ser diferente; medo de ser sincera, medo de ser falsa. E, às vezes, tenho mais medo de viver do que de morrer. Viver é tão difícil que não só por poucas vezes, eu tenho medo de que tudo isso seja só um sonho. E todo esse medo é por imaginar que, se um dia eu acordasse, as coisas conseguissem ser ainda piores.
Não é como se eu fosse uma pessimista (nem uma obscurantista); Esses ainda tem a coragem de se admitirem assim. Até disso eu tenho medo, de deixar as pessoas saberem o que eu realmente penso das coisas. Tenho medo de deixa-las saberem o que eu realmente penso das coisas. Tenho medo de deixa-las saberem se meus olhos estão opacos ou brilhantes. Tenho medo de deixa-las revirarem-me a alma. Mas, apesar de todo esse medo de viver, o medo de morrer não deixa de existir. Então, acho que prefiro continuar nesse sonho covarde. E, se possível, entrar em outro sonho, dentro deste, onde as coisas pudessem ser menos assustadoras e meu medo pudesse fingir alguma coragem mais sincera.
Mas não vou me permitir tentar esperanças. Eu bem sei que o medo me impede o sono, e que ele próprio me acordaria de qualquer pequeno deleite onírico. Talvez essa certeza de que eu nunca acordarei da realidade me faça mais corajosa. Prefiro ignorar o medo das circunstâncias e seguir com a cabeça erguida, escondendo tudo aquilo que demonstra minha real covardia. É melhor assim.
Dedicado à minha amiga Isabella, a primeira a ler este texto e a quem eu o dei de presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Abra seu coração.