Um sopro de vento que atravessa meu peito
Não é tão gelado que congele a alma
Que, já fria, desprezada, em morte de leito,
Relaxa suas armas e enfim repousa, calma.
E tal qual corpo atordoado de inconstância
Que reprime, mas revela olhos de verdade,
Não há, para o peito vazio, a esperança
De sentir, sem um coração ou realidade.
Mas quem procuraria um coração perdido,
Tão machucado, desprezado e deprimido,
E jogado ao relento, e por ti perfurado,
Repleto de dor e feridas, maltratado?...
Tua é a culpa, quem dera não me rejeitasse
Cada vez que te olho; queria que me amasse!
[Imagem: Tumblr]