6 de agosto de 2013

Uma pequena reflexão acerca do processo de apaixonar-se, em constante renovação.



     É como um raio, ou como uma doença. Demora mais ou menos para invadir e se alastrar. Vai tirando minha força de vontade, e qualquer outra coisa que pudesse posicionar-se contra. Como em uma folha velha e amassada, desenha-se uma história, conforme a caneta perfura os pontos mais puídos.
É um tipo de dor, de alegria, que faz falta. Surge num belo dia, numa terrível noite. Vem num flash. Numa gentileza. Numa besteira dita. Num sorriso mal calculado. Chega por pouco, por muito pouco. Por muito. Por demais. Entra por todos os buracos deste meu coração. Como uma peneira gasta, sempre pronta pra trabalhar mais uma vez.
     
     "Caí dentro de amor com você"
     
     E cansa. Cansa. Deixar-se levar, cansa. Crer, descrer. Brilhar, secar, escorrer, desfazer-se. Tanta coisa se monta e se desmonta. Se monstra. Cegueira. Tudo parece tão lindo. Tudo parece tão feio. Todas as pessoas lindas. Todas as coisas feias. Uma solidão. Encantar-se e construir paredes pra proteger a magia. Que magia? Que atravessa a alvenaria, o concreto. Ai, meu Deus. Ai, ai. Quantos ais.
     
     Está feito o estrago.
     
     Vai, bate e volta; explode no meu peito, e não me deixa mais dormir.